terça-feira, 29 de abril de 2014

A MAIOR REVOLUÇÃO HUMANA

A T.H. E O ESTUDO AVANÇADO DE FILOSOFIA


Há aproximadamente vinte sete séculos, iniciava-se um período de grande busca pelo conhecimento das coisas do mundo, da Natureza e da Existência. Como num passe de mágica a Terra deu cria a grandes homens, em algumas regiões, diríamos, privilegiadas do planeta, como a Grécia e a Índia, onde nasceram, por exemplo, Tales de Mileto (considerado o primeiro filósofo ocidental) e Siddharta Gautama (que se tornaria Buda, um dos maiores sábios da Oriente). Parecia que dali em diante era premente que o homem perscrutasse os grandes mistérios do mundo e decifrasse seus aparentes enigmas. Compreendeu-se, de repente, que era necessário indagar seriamente sobre o Universo à sua volta (composto pelos eventos naturais, os fenômenos captados por nossos cinco sentidos), tanto quanto uma espécie de “universo em seu interior” (onde se situam as emoções, os sentimentos, as vontades e as crenças inatas, que somente muitos séculos mais tarde, Karl Gustav Jung daria o nome de “inconsciente coletivo”). De lá para cá, essa busca frenética pelo conhecimento precisou ser sistematizada, dando origem às chamadas “Ciências” – as naturais (que pretendem dar conta dos fenômenos da Natureza), as exatas (dentre as quais a geometria, a aritmética e a matemática) e as denominadas de ocultas (que tratam dos fenômenos metafísicos, não apreendidos pelos nossos cinco sentidos).

            Essas ciências não param de dar crias e se renovam constantemente ao sabor dos novos conhecimentos adquiridos e da avassaladora tecnologia, que propiciou a criação de aparatos e dispositivos, como os telescópios e os satélites, que potencializam exponencialmente nossas capacidades físicas naturais, devido a seu alcance cada vez mais preciso e ao longe. Foi assim que os homens chegaram ao conhecimento de que a Terra se move, e esse movimento, diferentemente do que se imaginava, é ao redor do sol, e não deste em torno dela. Também, dessa forma é que foi possível concluir que o homem não é meramente um corpo, uma máquina de carne e ossos, mais um ser complexo, equipado, pelo menos, com três veículos, um físico e dois sutis, a saber: o corpo, a mente e o espírito, respectivamente. Daí, o que no começo não passavam de meras suspeitas, por exemplo, que havia outros planetas ou que ainda existia vida após a morte física, puderam encontrar sua comprovação científica.

           
Somente vinte e sete séculos mais tarde, surgiria um sistema filosófico adequado para a vida cotidiana, embora traga consigo um conhecimento avançado, que, apesar de não ser novo, é apresentado de maneira “novíssima”, chegando mesmo a ter que reavaliar certos conceitos, noções e valores, que são tidos como pontos capitais de muitas doutrinas religiosas, de certos sistemas filosóficos e de determinadas tradições, fazendo desse “novíssimo sistema” um desafio, tanto no tocante à sua compreensão quanto no que diz respeito à sua difusão.

             A proposta que a Terapia Hari (ou simplesmente T.H.) traz para aqueles que perceberam as incongruências daqueles conceitos, noções e valores mencionados linhas acima e as falhas ou inconclusões de muitos sistemas religiosos e filosóficos, é a aplicação diária de técnicas vivenciais, respaldadas por ensinamentos que, assimilados e reforçados a cada dia, darão frutos a médio e longo prazo. A T.H. não faz milagres, portanto, também não deve agradar aqueles que esperam resultados urgentes, imediatos. Ela não é uma terapia no sentido clínico ou médico; a cura que ela proporciona é a do “homem”, e não da “doença”. Na verdade, todas as enfermidades se encontram na razão direta desse “desconhecimento de si mesmo” – do homem integral, ou do ser original que é. Esse desconhecimento é “a mãe de todas enfermidades”, de todas as dores e sofrimentos humanos. No entanto, a T.H. não deve ser entendida como uma panaceia, pois ela, ainda que praticada por todos os homens (o que não passa de uma utopia insana), não tem o poder de erradicar a dor e o sofrimento do mundo. Isso porque, como é explicado alhures, a Existência não é a “instância dos absolutos” – ela se estabelece necessariamente sobre pares de opostos (luz/sombra; prazer/dor; vida/morte, etc), sendo, portanto, impossível pretender-se a erradicação de um dos componentes destes pares.

O Estudo Avançado de Filosofia é a porta de entrada para uma terapia do homem integral, a T.H., e somente através da apreensão dos conhecimentos ali ensinados e praticados se obterá “a cura” – sem milagres, sem saltos, sem charlatanismo. O remédio da T.H. tem doses diárias, ininterruptamente. O sucesso não pode ser avaliado segundo resultados facilmente conquistados. Por exemplo: o trabalho iniciado com uma pessoa que se encontra num nível existencial altamente debilitado, seja em seu aspecto físico, moral, mental ou espiritual, provavelmente não dará resultado positivo nesta encarnação. E jamais haverá garantias de quantas encarnações serão necessárias para um efetivo resultado. Sendo, como se vê, de suma importância que o praticante da T.H. compreenda que o trabalho empreendido é árduo e demanda (muito) tempo, e que, portanto, entender  a ciência da reencarnação, compreender o mecanismo cármico existencial e ser determinado em seu tratamento são condição sine qua non para o sucesso em tempo propício.




            Deve entender-se, portanto, que não há qualquer possibilidade de se praticar a T.H., caso não haja previamente uma mudança radical de certos valores, conceitos e noções arraigados na mente. As crenças religiosas e as superstições (que são quase sinônimos) são mais empecilhos do que ferramentas úteis à terapia. Não sentenciamos, como o fez Nietzsche, que “Deus está morto”, mas precisamos, nós da T.H. e os pacientes dela, chegar à conclusão harmoniosa de que “Deus não passa de uma ideia” – às vezes, benfazeja, outras vezes, terrivelmente perniciosa. Aquele “Deus perfeito”, aquele “Deus bondoso” e todos os seus anjos e santos devem ir para o porão do nosso imaginário, tanto quanto o Diabo com suas legiões de demônios e espíritos-de-porcos. Deuses e demônios, senhores do bem e do mal, entidades superiores invisíveis, criadas nos primórdios de toda a eternidade, para ajudar ou corromper o homem, são ideias tão fantasiosas que parecem personagens do imaginário infantil. Nada disso é útil quando se busca resultados verdadeiros na totalidade da Vida. Pobre daqueles que temem a morte por julgar que podem ser atirados no Inferno! Triste daqueles que a ambicionam, abdicando de ter uma existência plena, somente porque “acham” que irão para o Céu! São, como dizem por aí, “almas desperdiçadas” ou, pelo menos, “desencaminhadas”. Enterraram seus talentos e esperam ainda que sejam atendidos (não se sabe por quem) em suas preces.

            A T.H. tem a pretensão de trazer o arcabouço do conhecimento humano em gotas homeopáticas. Para tanto, porém, teve que fazer uma depuração em todo esse conhecimento, pois, ao longo da Existência, apreende-se o que é verdadeiro e o que é falso, o que é útil e o que é desnecessário. O Estudo Avançado de Filosofia, como proposto na T.H., leva em consideração sábios e filósofos, homens aparentemente comuns, simples, e Avatares. Nada pode ser desperdiçado; nenhuma lição pode ser perdida; nenhuma gota desse remédio amargo, porém eficaz, pode ser derramada. Nossa sala de aula é a Vida; nossa enfermaria é a Existência.  

terça-feira, 22 de abril de 2014

A EXPERIÊNCIA DA T.H.



Capítulo I

A SEMENTE



- Meu filho, o que você faz aí, deitado nessa cama? Vá brincar com os seus coleguinhas!,  foi assim que minha mãe me despertou do meu "sono acordado".

Por volta dos meus dez anos de idade, era muito comum eu me isolar, para viajar num mundo só meu, que ninguém mais via. Por lá, eu via coisas que neste mundo aqui não havia; lá, eu aprendia muito mais do que por aqui. Foi num momento assim que minha mãe me apanhou deitado em sua cama, geralmente com as pernas pendendo para fora dela. Era meu jeito de “sonhar” ali. Minha mãe não conseguia entender aquilo: como é que eu não estava brincando, como os outros garotos da minha idade? Eu também não sabia por quê.

Anos mais tarde, descobri que provavelmente havia muitas outras crianças que “perdiam o olhar dentro do nada”, como se buscassem um mundo onde todas as respostas podiam ser encontradas. Como pude ver nesse depoimento de Fred Alan Wolf (físico americano especializado em Física Quântica), no livro “Quem somos nós?”:

“A pergunta realmente é: o que Deus está fazendo para construir um universo? [...] Meu interesse sempre foi pela magia como uma forma de abordar o que eu pensava ser uma coisa muito miraculosa. Basicamente, por que estamos aqui? O que está acontecendo? Mesmo quando criança eu fazia essas perguntas.”

Eu era muito taciturno em casa, mas na escola, eu era muito divertido. Gostava de estudar, gostava do ambiente escolar, dos colegas, dos professores. Fui assim por um bom tempo, até que algo aconteceu.
Naquele dia, o primeiro horário era de matemática, com o professor Mesquita. Eu, como sempre, sentado em uma das carteiras da frente da sala, para não perder nada da aula. Mas já se haviam passado quase 30 minutos e eu não dera “um pio”, nenhuma palavra, nenhum gracejo. O professor Mesquita estranhou.

- O que é que está havendo? Você está tão quieto, não falou nada até agora!, observou o professor.

- Nada, não! – respondi evasivo, mas ele insistiu:

- Nada, não, você não é assim. O que foi que aconteceu?

- Minha mãe morreu!, disparei apenas sério, sem esboçar qualquer expressão de dor ou tristeza.

A turma toda entrou em comoção, embora alguns ainda esperassem que tudo não passasse apenas de mais uma das minhas brincadeiras. O professor quebrou o silêncio e perguntou com ar de aborrecimento.
- Você está brincando? Não brinque com essas coisas!, sentenciou.

- Não estou brincando, Ela morreu mesmo!

Isso foi suficiente para a aula terminar. O professor Mesquita foi até a diretoria comunicar o fato. A diretora veio de lá, não para me dar os pêsames ou coisa assim – ela veio para me dar um “carão”.
- Como é que sua mãe falece e você não comunica a escola e ainda vem para a sala de aula?, detonou.
- Eu não sabia que tinha que comunicar. Desculpe!, falei com sinceridade.

- Vá para sua casa imediatamente!, disse a diretora para mim, e voltando-se para a turma, concluiu: Não haverá mais aulas hoje, podem ir para casa. A mãe do colega de vocês faleceu!

Eu voltei para casa, onde todos estavam tristes pela morte de mamãe. Eu também estava, mas, estranhamente, eu não aparentava nada; fiquei apenas sentado no muro lá de fora. Até que um amigo, vizinho nosso, se aproximou para dar os pêsames. Então, me vieram as primeiras lágrimas, e quase não pararam mais.

Naquela época, eu tinha apenas 17 anos e o mundo ficou grande e vazio demais. Achei que aquele dia jamais ia acabar. Identifiquei eternidade e tristeza como sendo a mesma coisa – um sem-fim de tudo, de tudo o que não fazia mais sentido. Mas isso só durou algum tempo. A vida sempre acha um jeito de nos cativar outra vez. E ela também achou comigo.

No entanto, nada mais foi como era antes. Eu já não estava mais disposto a apenas aceitar o que me diziam, não importava qual fosse a autoridade. Eu não aceitava mais as respostas prontas, as explicações que nada explicavam. Eu, dali em diante, faria as minhas próprias perguntas e iria atrás das respostas que realmente me convencessem, que fossem plausíveis e não mero jogo de palavras. Acho que a semente de tudo isso – de tudo que relatar aqui – brotou naquele momento, em minha vida. Dali em diante, eu criaria a minha própria “filosofia” – eu desenvolvi a minha “terapia do viver”.

quarta-feira, 16 de abril de 2014

A FILOSOFIA PRÁTICA DO NOSSO FUNDADOR

BATE-PAPO COM O PROF. JAYA HARI DAS (1 ª PARTE)


Há pelo menos uma década e meia, o Prof. Jaya Hari Das vem atuando em várias áreas profissionais e trabalhando com afinco para fazer da (sua) Filosofia uma atividade prática, útil à vida cotidiana.

Ainda na década de 1980, ele enveredou pelo caminho da busca interior. Em 1983, tendo conhecido o Movimento Hare Krishna, passou a ser um seguidor (bhakta), começando ali a prática da Meditação, do Bhakti Yoga e do Mantra Yoga, o que teria contribuído muito para o seu auto-conhecimento. Quase concomitantemente, filiou-se à Ordem Rosacruz (AMORC), passando a fazer estudos mais aprofundados dos assuntos esotéricos e místicos, através das monografias que recebia semanalmente. Enfim, tudo isso, além de outros estudos e práticas que já fazia, completaram um arcabouço de conhecimento com o qual viu-se pronto para sistematizar sua própria filosofia – a Terapia Hari.


O Prof. Jaya Hari Das é, sem sombra de dúvidas, o filósofo maranhense mais ativo dos últimos anos. Seu trabalho não se restringe à área da Filosofia – ele leciona Língua Inglesa há quase trinta anos; seus artigos em Filosofia e Espiritualidade podem ser facilmente encontrados, nas bancas de todo o país, em pelo menos duas revistas de diferentes editoras nacionais. Por quatro vezes foi capa de revista pela Editora Escala, com os artigos “A Vida é bela em Schopenhauer” (muito elogiada por leitores e até por seu editor), “Immanuel Kant, um divisor de águas” (que já foi utilizado até em sala de aula, como texto de consulta para matéria de prova), “A Intuição de Bergson” (no qual valoriza essa capacidade humana – a intuição – como sendo uma grande via para o real conhecimento, desde os primeiros filósofos) e “Nietzsche: A Tragédia Grega no Palco da Vida” (artigo em que relaciona a vida do filósofo com a própria tragédia grega, que ele tanto admirava).

            Além de filósofo e professor, também é músico e poeta. Conquistou o 3º Lugar do Júri Técnico com “Sem eira nem beira”, no 23º Festival Maranhense de Poesia, e está com um livro pronto para ser publicado cujo título é “Poemas que Nietzsche jamais escreveu – Filosofia Poética”.

É por essa razão que nós, do MOFICUSHINTH (Movimento Filosófico “Cura do Ser Humano Integral” – Terapia Hari), criado por ele, resolvemos apresentar o trabalho filosófico do nosso fundador (que já foi apresentado nacionalmente pela Mythos Editora, na revista Grandes Temas do Conhecimento – Filosofia Nº07), através de um “bate-papo”, que facilitará a compreensão dos ensinamentos da T.H. e de suas práticas na vida diária dos praticantes, assim como de outros assuntos, como religião, religiosidade, pecado, karma e Dharma.





MOFICUSHINTH: Por que o sr. resolveu chamar de “terapia” o seu método filosófico?
JHD: Srila Prabhupada (fundador do Movimento Hare Krishna) constantemente nos lembrava das 4 misérias existenciais: nascimento, doença, velhice e morte, baseado nos ensinamentos de Krishna, apresentados no Bhagavad Gita; Buda procurou mostrar aos homens a fonte dos seus sofrimentos e como livrar-se deles; Jesus aceitou uma morte envolta em sofrimentos para “carregar sobre si as nossas dores” (na verdade, o Karma Coletivo), e a própria Bíblia sentencia o homem como “pecador” e “culpado pelos males” de sua existência. Daí, percebi que em tudo isso há um único elo comum: uma doença congênita, hereditária por assim dizer, que na verdade é o condicionamento existencial, ou seja, a aceitação de que, em vez de sermos Atmans (partes e parcelas do Ser Supremo), somos apenas os Jivas (dublês ou personagens dos Atmans). Por conseguinte, deveríamos passar por um “tratamento” que nos levasse ao “auto-conhecimento” (a cura existencial), que nos conduzisse física, mental e espiritualmente à nossa “Posição Original”. Eis o porquê de chamar-se “terapia”.

MOFICUSHINTH: De que maneira esse “tratamento” pode ser feito?
JHD: Primeiramente, o proponente a paciente da T.H. deve buscar conosco as razões ou fundamentos dessa “doença existencial”, para que, compreendendo corretamente o que é “condicionamento existencial” e o que é “Posição Original”, seja capaz de realizar a necessidade de se “reidentificar com o Atman”. Em segundo lugar, esse paciente submete-se à “terapia”, comprometendo-se a praticar os exercícios recomendados por seu Terapeuta Hari, além de seguir estudando a própria filosofia, que é a T.H.

MOFICUSHINTH: O sr. considera que existam certas dificuldades de aceitação desses ensinamentos da T.H. ou em praticar a “terapia”?
JHD: Sim! Como tudo o que é novo e que rompe com o tradicional (principalmente, no tocante ao tradicionalmente religioso), a filosofia e as práticas da T.H. encontrarão em certas pessoas resistência em aceitar, digamos, “novas verdades”. Muito do que é pregado pelas religiões institucionais é negado, ou mesmo combatido pela T.H.; na verdade, consideramos a Religião em si um “mal já desnecessário”. O homem dito “primitivo” tinha necessidade de religião (isto é, práticas ritualísticas que fossem conduzidas e orientadas por alguém entre eles que tivesse certa “sensibilidade” ou dons), e foi essa necessidade que fez surgir o sacerdote, o curandeiro, o feiticeiro, o padre ou pastor. No entanto, a evolução do conhecimento humano, a própria trajetória da existência humana não deixa dúvidas de que nossa necessidade é de “espiritualidade” e não de “vínculo religioso a uma instituição ou fé”. Há naturalmente no homem uma necessidade de “religiosidade”, mas isso não faz dele um “aleijado” ou “cego” que precise de “uma muleta” ou de “um guia”, para que viva digna e plenamente no mundo. Hoje, qualquer tipo de sacerdote (isto é, o zelador da religião e seu beneficiário) é completamente desnecessário, pois, se ainda não estamos, deveríamos estar aptos a “caminhar com as próprias pernas”. Já não somos mais “crianças” – os homens precisam assumir sua maioridade. Com essas últimas palavras, citamos indiretamente dois grandes filósofos: Auguste Comte, o pai do Positivismo, e Immanuel Kant que, como digo em meu artigo, foi um divisor de águas na Filosofia.

MOFICUSHINTH: Aproveitando essa “deixa” sobre os filósofos, fale-nos sobre como a sua filosofia se relaciona com a Filosofia dos grandes filósofos do Ocidente e do Oriente (os chamados sábios).
JHD: É muito simples! Todos os grandes filósofos ou sábios procuraram entender os grandes problemas existenciais e o próprio Universo em torno do homem. Tudo o que eles “descobriram” certamente é de grande utilidade para qualquer ser humano. E digo mais: deve ser não apenas compreendido e aceito, como também praticado. A função precípua da Filosofia, assim como de qualquer conhecimento comprovado, é instrumentalizar o ser humano em sua jornada existencial, de modo que ele viva com a maior plenitude possível a sua encarnação ou existência. A T.H. é o exemplo máximo da efetivação dessa “função da Filosofia”, por isso sua prática deve ser cotidiana, constante e definitiva. O que descobriram e ensinaram Platão e Nietzsche, Lao-Tsé e Confúcio, podem ser (e são) úteis na resolução ou compreensão de muitos casos encontrados nos “dramas existenciais” (as lilas).

MOFICUSHINTH: O que são os “Avatares” e qual seu real papel dentro do curso da História humana?
JHD: Bem, primeiramente, gostaria de esclarecer que a veneração dos Avatares, por parte da turba ignorante, e o oportunismo dos guardiões das religiões institucionais levaram a uma noção errôneo do que é o Avatar e de sua real função na Existência. Foi ensinado que o Avatar seria “a encarnação de Deus ou de um deus”. Ou seja: Deus, ou um dos supostos deuses, eventualmente desceria ao mundo para uma “interferência” nos caminhos da Humanidade. Isto, para nós, é o maior dos absurdos. Um verdadeiro disparate que incansavelmente vamos rechaçar e combater. Para nós, o Avatar representa “o coroamento” do Jiva, ou seja, a aquisição de um “veículo existencial quase perfeito”, capaz de permitir a plena expressão dessa “realização”. Na posição de Avatar, o Jiva passa a ser chamado de Jivatman (Jiva reidentificado com o Atman), uma vez que livrou-se do “condicionamento existencial” e retomou sua “Posição Original”. Nessa nova situação, o Jiva já não está sujeito ao Karma, o que significa dizer que não possui créditos ou débitos existenciais a receber ou a pagar, respectivamente. A partir daí, o Jivatman vive segundo o Dharma (A Lei dos Deveres Supremos) e pode voluntariamente escolher como agir na Existência: se quer favorecer a Humanidade com “atos não-condicionados” (chamados de “milagres”), ou se quer aliviar o karma negativo coletivo da Humanidade, como fez Jesus, por exemplo.

MOFICUSHINTH: Para encerrarmos esta 1ª seção do nosso “bate-papo”, gostaríamos que o sr. resumisse em poucas palavras o que realmente é a Terapia Hari.
JHD: A T.H. é a cura integral e definitiva da doença existencial do homem – o condicionamento existencial. Por isso, não hesito em dizer que a T.H é “a maior revolução humana”, sem precedentes na História, porque sua prática conduz o Jiva à reidenticação com o Atman, recolocando-o em sua “Posição Original”.

MOFICUSHINTH: Este “bate-papo” com o Prof. Jaya Hari Das continua na próxima seção, até lá! 



NOTA DO MOFICUSHINTH: Para saber mais sobre este Movimento, a T.H. e receber esclarecimentos sobre termos, como Jiva, Atman e Lila, escreva para moficushinth@yahoo.com.br, coloque como "assunto" "SABER DA TH", para evitar que sua mensagem seja excluída como "spam". Obrigado!