PALESTRAS NO CAP
Na quinta-feira
(14/08), o Prof. Jaya esteve no CAP – Centro de Apoio Pedagógico ao Deficiente
Visual do Maranhão “Anna Maria Patello Saldanha”, para ministrar palestras,
pela manha e à tarde. O título escolhido, bem a propósito, foi “Tateando no
Escuro sob as Luzes da Eternidade”. O tema principal, que perpassou toda a
palestra foi “identidade e identificação”. Nosso diretor/fundador conduziu a
temática de forma a apresentar o ponto de vista da T.H. e como o MOFICUSHINTH,
através de seus cursos, artigos e palestras, trabalha por uma filosofia
prática.
Logo de início, em sua
Preleção, ele disse: “A experiência histórica nos faculta dizer que os eventos
próximos podem até ser tratados à exaustão, porém, só são compreendidos
devidamente quando analisados a certa distância. Por isso mesmo, penso que a
temático que trataremos aqui hoje pode ser analisada de maneira bastante
satisfatória, uma vez que carrega consigo questões que desde longo tempo
preocupou a humanidade, como um todo.”
Depois, ele expôs num slide os conceitos de “identidade” e
“identificação”, para em seguida complementar: “Embora o dicionário nos
diga isso, creio que devemos fazer uma investigação um pouco mais profunda
sobre esses dois termos, fora do contexto meramente semântico ou vocabular. Precisamos
entender como entendemos “identidade e identificação” nos planos real,
existencial e sensorial”, e discorreu sobre os três planos. Então, acrescentou:
“cada um de nós tem um corpo, existe enquanto corpo, sente a Existência graças
a esse corpo. Nós desfrutamos do prazer ou sofremos as dores nele e através
dele, – nas dimensões corpórea, espiritual e mental. Porém, curiosamente,
dá-se, ao longo da Existência, um fenômeno peculiar, porém estranho: esse corpo
“muda” sua forma, seu aspecto, etc (na dimensão corpórea); muda seu estilo de
vida, seus gostos, etc (na dimensão espiritual); muda seus pensamentos, suas
idéias, seus ideais, etc (na dimensão mental). Então, o que sobra do “antigo
eu”, da antiga identidade, se ela segue em constante mutação? Ainda mais
curiosamente, com o advento da morte, aquele corpo está ali, praticamente como
sempre foi, porém percebe-se que ele “já não é”. O que aconteceu? Qual a razão
para que ele, embora ainda sendo ele, não seja mais?”.
O
Prof. Jaya questionou não só o corpo como “identidade”, mas também o gênero, a
idade e o nome. Ele perguntou à plateia: “Se o gênero e a idade também fazem
parte da identidade de uma pessoa, por que alguém que nasceu no gênero
masculino se sente do gênero feminino, ou alguém com 60 anos ou mais diz se
sentir como se tivesse ainda vinte ou trinta e poucos anos?”, e, prosseguindo,
disse: “Ao nascermos, recebemos um nome com o qual seremos identificados e pelo
qual seremos chamados, primeiramente pelos familiares, depois por amigos,
colegas de escola, colegas de trabalho, etc. Muitos de nós recebem também um
apelido, o qual passa a se agregar à nossa personalidade: Carlos/Carlinhos;
Eduardo/Edu; Jorge/Juca, etc. Artistas, celebridades, religiosos, políticos,
escritores, etc trocam de nome ou adotam
pseudônimos que passam a ser mais fortes do que os próprios nomes de batismo.
Até que ponto, então, o nome que recebemos ao nascer pode ser a nossa
“identidade”?”.
Houve
momento na palestra para se falar também sobre o que é o sucesso e a
realização. A pergunta que o prof. Jaya lançou a todos foi: “Se sucesso e
realização se traduzem na Existência basicamente em fama, dinheiro e poder,
concluindo-se assim que quem obteve tudo isso vive ou viveu feliz, podemos
dizer que Jesus Cristo teve sucesso ou se realizou em sua vida?”.
Perguntas
como essa, que tratam do cerne de certas religiões, causa desconforto e
polêmica entre a plateia e foi isso mesmo que se viu por lá. Os mais religiosos
apressam-se em responder que “sim”, pois aquela era a sua missão – morrer pelos
homens. No que o professor aproveitou para perguntar: “E nós? Nós temos alguma
missão a cumprir no mundo?”. Algumas pessoas responderam que “sim” e cada uma
tentou dizer qual seria a sua. Ao que o professor viu ali o apoio necessário ao
que ele realmente queria perguntar: “Se recebemos uma missão ainda antes de
nascermos, então isso não significaria que existíamos antes de nascer? E,
portanto, nossa identidade original não se encontra exatamente no mundo, mas
antes dele!”. Todos ficaram sem respostas, mas alguém resolveu devolver a
pergunta ao nosso diretor, dizendo: “E para o senhor, qual é então a nossa
identidade original?”. O prof. Jaya explicou que ele bem poderia acabar com a
questão ali mesmo, dizendo que nossa identidade original é “Atman” (Alma
Original), mas preferiu se fazer de “Sócrates”, e respondeu: “Não sei! Por
favor, não faça perguntas a um filósofo – um filósofo é a pior pessoa a quem se
pode perguntar alguma coisa. Ele é aquele que traz as problemáticas, os
questionamentos; nunca, as respostas!”.
Mas
no tópico seguinte, “Posição Original e Condição Existencial”, o prof. Jaya
começou a delinear seu pensamento sobre nossa verdadeira identidade antes e
depois da passagem por esta existência. Ele chegou a dizer: “se a religião pode
nos apresentar a possibilidade de uma “existência post-mortem”, qual seria a
nossa dificuldade em também considerar uma “vida antes da existência”? Essa
vida anterior à existência poderia então ser a nossa “posição original”. E,
sujeitados aos prazeres e mazelas da Existência, é que estaríamos
experienciando a nossa “condição existencial”. Ou seja, esse “condicionamento”
se efetiva enquanto estamos dentro do veículo chamado “corpo” – enquanto
“condicionado”, corporificado”; e no tópico “Quem somos nós?”, o professor
pergunta: “O que é o ser humano? Seria ele apenas o animal mais complexo, mais
completo, mais inteligente, mais perfeito da Natureza? Seria ele, como propõe a
Bíblia, a imagem e semelhança de Deus? Qual a nossa importância na trama
universal?”.
No
tópico “Eternidade X Imortalidade”, nosso fundador expôs seu pensamento sobre a
reencarnação e explicou que o fato de sermos mortais não invalida a
possibilidade de sermos eternos. Pois o que morre, diz ele, é aquilo com o que
nos identificamos no mundo, enquanto o ser que somos na verdade segue de
existência em existência.
Em
outros tópicos, como “Livre Arbítrio X Determinismo”, “O que é a vida?”, “O que
significaria morrer?”, o prof. Jaya vai encaminhando a audiência para os
ensinamentos contidos na T.H., aí então ele chega ao tópico “Filosofia Teórica
e Filosofia Prática”, mostrando que os primeiros filósofos (ou pensadores)
vivenciavam sua filosofia, mas, ao longo do tempo, a Filosofia se tornou algo
teórico, acadêmico. Então ele desenvolve o tópico “Qual o papel da Filosofia na
vida?”, para só então, nos tópicos “O que é a Terapia Hari?” e “Por que Terapia
e não Filosofia?”, ele realmente aportar no verdadeiro motivo de todas as suas
palestras e artigos: a apresentação da Terapia Hari para um público já tocado
pelos temas relevantes da vida, de tal forma que ela possa ser entendida e, por
fim, aceita.
Bem,
esta palestra pode ser levada a qualquer instituição, escola, faculdade,
empresa, ou simplesmente apresentada para pessoas que realmente estejam
dispostas a perscrutar as coisas valiosas e duradouras. Esperamos que muitos se
interessem por ela e convidem o nosso diretor para levar para muito mais
pessoas sua T.H. e este Movimento.
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