COMO ME VEIO A E.N.D (ENERGIA NERVOSA DIRIGIDA) – Parte I
Qualquer
pessoa, com toda facilidade, pode comprovar em si mesma que, a não ser quetenha
exercitado sua vontade, de tal forma que já exerça sobre ela um certo domínio,
não será bem sucedida em realizar algum objetivo que exija certa disciplina e
esforço, quando contra esse afã se impuser sua própria imaginação. Como
exemplo, proporei a seguinte situação: é muito fácil caminhar sobre a
superfície estreita como uma tábua de 25 centímetros de
largura por 10 metros
de cumprimento, sem que qualquer de nossos pés pise fora dela, se ela estiver
estendida sobre o chão, qualquer de nós será capaz de andar sobre ela e chegar à outra extremidade,
se assim o desejar. Agora, se colocarmos a mesma tábua a, digamos, 20 metros de altura do
chão, e tivermos a intenção, seja por necessidade, seja por desafio, de
cruzá-la, para chegar até o outro lado, veremos como ficamos hesitantes em
palmilhar sobre ela e, em boa parte dos casos, muitos de nós desistirão.
Esse exemplo é
muito recorrente em tratados que versam sobre “a força de vontade”. Esse, por
exemplo, foi retirado do livreto “O Domínio de Si Mesmo pela Auto-sugestão”, do
eminente professor Émile Coué, fundador da Escola de Nancy, na França. Em sua
obra citada, lê-se, logo no início, a seguinte proposição: “Não é a vontade, e
sim a imaginação que nos faz agir”. Engana-se quem, lendo apressadamente a
frase de Coué, pensar que ele esteja simplesmente negando o poder da nossa
vontade. De forma nenhuma! O que o professor quer nos alertar, e o faz em seu
livro, é que, sem uma vontade disciplinada, exercitada e, como proponho em meus
ensinamentos sobre a Terapia Hari*, “dirigida”, todo e qualquer afã, do mais
indeterminado e frágil ao mais sincero e
forte, terá pouca ou nenhuma chance de ser realizado.
Para o
professor Coué, a imaginação é fruto do nosso inconsciente, enquanto a vontade
tem sua origem no consciente. Ele coloca em defesa de suas argumentações sobre
a “auto-sugestão mental” as seguintes proposições: 1º) Quando a vontade e a
imaginação estão em luta, é sempre a imaginação a vencedora, sem exceção alguma; 2º) No conflito
entre a vontade e a imaginação, a força da imaginação está na razão direta da do quadrado da vontade; 3º) Quando a vontade e a
imaginação estão de acordo, uma não se ajusta à outra, mas iuma se multiplica
pela outra; e 4º) A imaginação pode ser governada (os grifos são dele).
Émile Coué
acreditava e ensinava que o bom ânimo e o otimismo seriam os aliados para que
uma pessoa chegasse ao domínio da imaginação e, consequentemente, de si mesmo.
Para isso ele criou uma frase de “auto-sugestão mental”, que ficou famosa, que
deveria ser repetida constantemente por aqueles que pretendessem realmente tal
domínio: “Todos os dias, sob todos os aspectos, sinto-me cada vez melhor”.
Difícil precisar a quantos o professor Coué e sua frase de sugestão auxiliaram,
mas, como registro de sua eficácia, se assim pudermos dizer, pelo menos em
relação a uma pessoa isso é totalmente verdadeiro. “Trata-se [...] de um homem
que soube ser, como poucos outros, um mestre da vida”.
O brasileiro
Arthur Riedel ficou conhecido entre seus discípulos como “o professor do
otimismo”. Tal título teve, sem dúvida, sua razão de ser. “Durante 30 anos
Arthur Riedel pregou a auto-sugestão mental, o desenvolvimento da vontade.
Ensinou milhares de pessoas a serem donas de si mesmas”. O prof. Riedel (o
título de professor é uma homenagem de seus seguidores) deu diversas palestras,
mas não deixou nenhum livro escrito. No entanto, seu admiradores, aqueles que
nunca faltavam a uma preleção do professor, reuniram boa parte de seus
ensinamentos, transformando-os em um livro, cujo título é sua insígnia – “Hei
de Vencer”. Logo em seu
Prefácio , é possível ler-se: “HEI DE VENCER” não constitui,
rigorosamente, um livro, uma obra pensada e escrita pelo autor, [mas] o
professor Riedel está inteirinho nestas páginas.
Como
depoimento de que a auto-sugestão mental, assim como proposta, como já
dissemos, por Coué, o prof. Riedel deixou declarado: “Prometi vencer, e para
não esquecer, fui escrevendo em toda parte a minha frase-chave, a minha divisa
“HEI DE VENCER”. [...] E fui-me vencendo. Comecei a encarar a vida por novo
aspecto, por nova forma. [...] Como um sol radiante depois de uma noite
tempestuosa, minha vida foi-se modificando”.
Como vemos, se
assim o quisermos, é claro, a auto-sugestão mental é, sem contradito, uma
excelente ferramenta em prol da evolução do caráter, da moral e da vontade
humana. Há compêndios sobre ela e, neles, não faltam depoimentos atestando sua
eficácia. Longe de mim, portanto, qualquer tentativa de ofuscar uma tal prática
que, como leitor de Coué e de Riedel, respectivamente, a mim também foi de
grande auxílio, uma vez que, de certa forma, a tenho aplicado, ao longo dos
anos, em meus períodos de prática meditativa, como complemento ao Mantra Yoga.
Entretanto,
tudo que o conhecimento humano apreende não deve ficar estagnado, e bem sabemos
que não fica mesmo. Assim, a tarefa que ora empreendo, como bem diz o título
deste trabalho, é levar a quantos se dedicarem à leitura dele não só a
trajetória que empreendi no desenvolvimento da aplicabilidade da E.N.D, senão
também a sua aplicação, propriamente dita. Para tanto, e na execução de tal
tarefa, obviamente que lançarei mão não somente desses dois grandes professores
citados nesta primeira parte deste trabalho, porém, e muito a propósito, também
outros que, certamente, fulguram como grandes colaboradores subliminares da
minha T.H*, assim como de todos os seus elementos constitutivos.
Provavelmente,
não há um único ser humano que se possa meritoriamente classificar como
“absolutamente autêntico”, no que quer que diga respeito a suas criações, sejam
essas de natureza material ou, como neste caso, de natureza intelectual. Isto
porque, ao longo de nossas vidas, somos aqui e ali formados por um sem-número
de “mestres”, formadores de nossa personalidade, de nossas crenças e do nosso
caráter, isso sem falar de toda a herança genética que não se encontra imune ao
arcabouço consciencial da humanidade.
Para finalizar
esta primeira parte da apresentação de minha E.N.D, deixo aos leitores o trecho
de um dos tantos depoimentos feitos em favor da prática da auto-sugestão
mental, enviado ao professor Coué por um seu paciente, Don Enrique C., de Madri
(os nomes foram protegidos através de abreviações, porque a prática da auto-sugestão
mental recebia forte oposição, tanto da comunidade médica quanto das
autoridades governamentais da época). Tenho a pretensão de um dia, também eu,
ter a honra de receber um depoimento semelhante, a respeito de minha Terapia.
“O seu
opúsculo e a sua conferência muito nos interessam. Para maior bem da
humanidade, seria necessário publicá-lo em diversas línguas, para que penetrem
entre todas as raças em todos os países, tornando-se, assim, conhecidos do
maior número de desgraçados que sofrem em conseqüência do mau uso desta
faculdade todo-poderosa, [...] que é a imaginação”.
Assim que lí o livro Domínio de Si Mesmo, comecei a colocar seus ensinamentos em prática, mas sou indisciplinada e acabei abandonando a prática. Me fale mais sobre a E.N.D, me parece interessante.
ResponderExcluir