sexta-feira, 23 de setembro de 2011

E.N.D - ENERGIA NERVOSA DIRIGIDA


COMO ME VEIO A E.N.D (ENERGIA NERVOSA DIRIGIDA) – Parte I

Qualquer pessoa, com toda facilidade, pode comprovar em si mesma que, a não ser quetenha exercitado sua vontade, de tal forma que já exerça sobre ela um certo domínio, não será bem sucedida em realizar algum objetivo que exija certa disciplina e esforço, quando contra esse afã se impuser sua própria imaginação. Como exemplo, proporei a seguinte situação: é muito fácil caminhar sobre a superfície estreita como uma tábua de 25 centímetros de largura por 10 metros de cumprimento, sem que qualquer de nossos pés pise fora dela, se ela estiver estendida sobre o chão, qualquer de nós será  capaz de andar sobre ela e chegar à outra extremidade, se assim o desejar. Agora, se colocarmos a mesma tábua a, digamos, 20 metros de altura do chão, e tivermos a intenção, seja por necessidade, seja por desafio, de cruzá-la, para chegar até o outro lado, veremos como ficamos hesitantes em palmilhar sobre ela e, em boa parte dos casos, muitos de nós desistirão.
Esse exemplo é muito recorrente em tratados que versam sobre “a força de vontade”. Esse, por exemplo, foi retirado do livreto “O Domínio de Si Mesmo pela Auto-sugestão”, do eminente professor Émile Coué, fundador da Escola de Nancy, na França. Em sua obra citada, lê-se, logo no início, a seguinte proposição: “Não é a vontade, e sim a imaginação que nos faz agir”. Engana-se quem, lendo apressadamente a frase de Coué, pensar que ele esteja simplesmente negando o poder da nossa vontade. De forma nenhuma! O que o professor quer nos alertar, e o faz em seu livro, é que, sem uma vontade disciplinada, exercitada e, como proponho em meus ensinamentos sobre a Terapia Hari*, “dirigida”, todo e qualquer afã, do mais indeterminado e frágil ao mais  sincero e forte, terá pouca ou nenhuma chance de ser realizado.
Para o professor Coué, a imaginação é fruto do nosso inconsciente, enquanto a vontade tem sua origem no consciente. Ele coloca em defesa de suas argumentações sobre a “auto-sugestão mental” as seguintes proposições: 1º) Quando a vontade e a imaginação estão em luta, é sempre a imaginação a vencedora, sem exceção alguma; 2º) No conflito entre a vontade e a imaginação, a força da imaginação está na razão direta da do quadrado da vontade; 3º) Quando a vontade e a imaginação estão de acordo, uma não se ajusta à outra, mas iuma se multiplica pela outra; e 4º) A imaginação pode ser governada (os grifos são dele).
Émile Coué acreditava e ensinava que o bom ânimo e o otimismo seriam os aliados para que uma pessoa chegasse ao domínio da imaginação e, consequentemente, de si mesmo. Para isso ele criou uma frase de “auto-sugestão mental”, que ficou famosa, que deveria ser repetida constantemente por aqueles que pretendessem realmente tal domínio: “Todos os dias, sob todos os aspectos, sinto-me cada vez melhor”. Difícil precisar a quantos o professor Coué e sua frase de sugestão auxiliaram, mas, como registro de sua eficácia, se assim pudermos dizer, pelo menos em relação a uma pessoa isso é totalmente verdadeiro. “Trata-se [...] de um homem que soube ser, como poucos outros, um mestre da vida”.
O brasileiro Arthur Riedel ficou conhecido entre seus discípulos como “o professor do otimismo”. Tal título teve, sem dúvida, sua razão de ser. “Durante 30 anos Arthur Riedel pregou a auto-sugestão mental, o desenvolvimento da vontade. Ensinou milhares de pessoas a serem donas de si mesmas”. O prof. Riedel (o título de professor é uma homenagem de seus seguidores) deu diversas palestras, mas não deixou nenhum livro escrito. No entanto, seu admiradores, aqueles que nunca faltavam a uma preleção do professor, reuniram boa parte de seus ensinamentos, transformando-os em um livro, cujo título é sua insígnia – “Hei de Vencer”. Logo em seu Prefácio, é possível ler-se: “HEI DE VENCER” não constitui, rigorosamente, um livro, uma obra pensada e escrita pelo autor, [mas] o professor Riedel está inteirinho nestas páginas.
Como depoimento de que a auto-sugestão mental, assim como proposta, como já dissemos, por Coué, o prof. Riedel deixou declarado: “Prometi vencer, e para não esquecer, fui escrevendo em toda parte a minha frase-chave, a minha divisa “HEI DE VENCER”. [...] E fui-me vencendo. Comecei a encarar a vida por novo aspecto, por nova forma. [...] Como um sol radiante depois de uma noite tempestuosa, minha vida foi-se modificando”.
Como vemos, se assim o quisermos, é claro, a auto-sugestão mental é, sem contradito, uma excelente ferramenta em prol da evolução do caráter, da moral e da vontade humana. Há compêndios sobre ela e, neles, não faltam depoimentos atestando sua eficácia. Longe de mim, portanto, qualquer tentativa de ofuscar uma tal prática que, como leitor de Coué e de Riedel, respectivamente, a mim também foi de grande auxílio, uma vez que, de certa forma, a tenho aplicado, ao longo dos anos, em meus períodos de prática meditativa, como complemento ao Mantra Yoga.
Entretanto, tudo que o conhecimento humano apreende não deve ficar estagnado, e bem sabemos que não fica mesmo. Assim, a tarefa que ora empreendo, como bem diz o título deste trabalho, é levar a quantos se dedicarem à leitura dele não só a trajetória que empreendi no desenvolvimento da aplicabilidade da E.N.D, senão também a sua aplicação, propriamente dita. Para tanto, e na execução de tal tarefa, obviamente que lançarei mão não somente desses dois grandes professores citados nesta primeira parte deste trabalho, porém, e muito a propósito, também outros que, certamente, fulguram como grandes colaboradores subliminares da minha T.H*, assim como de todos os seus elementos constitutivos.
Provavelmente, não há um único ser humano que se possa meritoriamente classificar como “absolutamente autêntico”, no que quer que diga respeito a suas criações, sejam essas de natureza material ou, como neste caso, de natureza intelectual. Isto porque, ao longo de nossas vidas, somos aqui e ali formados por um sem-número de “mestres”, formadores de nossa personalidade, de nossas crenças e do nosso caráter, isso sem falar de toda a herança genética que não se encontra imune ao arcabouço consciencial da humanidade.
Para finalizar esta primeira parte da apresentação de minha E.N.D, deixo aos leitores o trecho de um dos tantos depoimentos feitos em favor da prática da auto-sugestão mental, enviado ao professor Coué por um seu paciente, Don Enrique C., de Madri (os nomes foram protegidos através de abreviações, porque a prática da auto-sugestão mental recebia forte oposição, tanto da comunidade médica quanto das autoridades governamentais da época). Tenho a pretensão de um dia, também eu, ter a honra de receber um depoimento semelhante, a respeito de minha Terapia.
“O seu opúsculo e a sua conferência muito nos interessam. Para maior bem da humanidade, seria necessário publicá-lo em diversas línguas, para que penetrem entre todas as raças em todos os países, tornando-se, assim, conhecidos do maior número de desgraçados que sofrem em conseqüência do mau uso desta faculdade todo-poderosa, [...] que é a imaginação”.

Um comentário:

  1. Assim que lí o livro Domínio de Si Mesmo, comecei a colocar seus ensinamentos em prática, mas sou indisciplinada e acabei abandonando a prática. Me fale mais sobre a E.N.D, me parece interessante.

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