BATE-PAPO COM O PROF. JAYA HARI DAS (1 ª PARTE)
Há pelo menos uma
década e meia, o Prof. Jaya Hari Das vem atuando em várias áreas profissionais
e trabalhando com afinco para fazer da (sua) Filosofia uma atividade prática,
útil à vida cotidiana.
Ainda na
década de 1980, ele enveredou pelo caminho da busca interior. Em 1983, tendo
conhecido o Movimento Hare Krishna, passou a ser um seguidor (bhakta),
começando ali a prática da Meditação, do Bhakti Yoga e do Mantra Yoga, o que
teria contribuído muito para o seu auto-conhecimento. Quase concomitantemente,
filiou-se à Ordem Rosacruz (AMORC), passando a fazer estudos mais aprofundados
dos assuntos esotéricos e místicos, através das monografias que recebia
semanalmente. Enfim, tudo isso, além de outros estudos e práticas que já fazia,
completaram um arcabouço de conhecimento com o qual viu-se pronto para
sistematizar sua própria filosofia – a Terapia Hari.
O Prof. Jaya
Hari Das é, sem sombra de dúvidas, o filósofo maranhense mais ativo dos últimos
anos. Seu trabalho não se restringe à área da Filosofia – ele leciona Língua
Inglesa há quase trinta anos; seus artigos em Filosofia e Espiritualidade podem
ser facilmente encontrados, nas bancas de todo o país, em pelo menos duas
revistas de diferentes editoras nacionais. Por quatro vezes foi capa de revista
pela Editora Escala, com os artigos “A Vida é bela em Schopenhauer” (muito
elogiada por leitores e até por seu editor), “Immanuel Kant, um divisor de
águas” (que já foi utilizado até em sala de aula, como texto de consulta para
matéria de prova), “A Intuição de Bergson” (no qual valoriza essa capacidade
humana – a intuição – como sendo uma grande via para o real conhecimento, desde
os primeiros filósofos) e “Nietzsche: A Tragédia Grega no Palco da Vida”
(artigo em que relaciona a vida do filósofo com a própria tragédia grega, que
ele tanto admirava).
Além
de filósofo e professor, também é músico e poeta. Conquistou o 3º Lugar do Júri
Técnico com “Sem eira nem beira”, no 23º Festival Maranhense de Poesia, e está
com um livro pronto para ser publicado cujo título é “Poemas que Nietzsche
jamais escreveu – Filosofia Poética”.
É por essa
razão que nós, do MOFICUSHINTH (Movimento Filosófico “Cura do Ser Humano
Integral” – Terapia Hari), criado por ele, resolvemos apresentar o trabalho filosófico
do nosso fundador (que já foi apresentado nacionalmente pela Mythos Editora, na
revista Grandes Temas do Conhecimento – Filosofia Nº07), através de um
“bate-papo”, que facilitará a compreensão dos ensinamentos da T.H. e de suas
práticas na vida diária dos praticantes, assim como de outros assuntos, como
religião, religiosidade, pecado, karma e Dharma.
MOFICUSHINTH: Por que o sr.
resolveu chamar de “terapia” o seu método filosófico?
JHD: Srila Prabhupada (fundador
do Movimento Hare Krishna) constantemente nos lembrava das 4 misérias
existenciais: nascimento, doença, velhice e morte, baseado nos ensinamentos de
Krishna, apresentados no Bhagavad Gita; Buda procurou mostrar aos homens a
fonte dos seus sofrimentos e como livrar-se deles; Jesus aceitou uma morte
envolta em sofrimentos para “carregar sobre si as nossas dores” (na verdade, o
Karma Coletivo), e a própria Bíblia sentencia o homem como “pecador” e “culpado
pelos males” de sua existência. Daí, percebi que em tudo isso há um único elo
comum: uma doença congênita, hereditária por assim dizer, que na verdade é o
condicionamento existencial, ou seja, a aceitação de que, em vez de sermos
Atmans (partes e parcelas do Ser Supremo), somos apenas os Jivas (dublês ou
personagens dos Atmans). Por conseguinte, deveríamos passar por um “tratamento”
que nos levasse ao “auto-conhecimento” (a cura existencial), que nos conduzisse
física, mental e espiritualmente à nossa “Posição Original”. Eis o porquê de
chamar-se “terapia”.
MOFICUSHINTH: De que maneira esse
“tratamento” pode ser feito?
JHD: Primeiramente, o proponente
a paciente da T.H. deve buscar conosco as razões ou fundamentos dessa “doença
existencial”, para que, compreendendo corretamente o que é “condicionamento
existencial” e o que é “Posição Original”, seja capaz de realizar a necessidade
de se “reidentificar com o Atman”. Em segundo lugar, esse paciente submete-se à
“terapia”, comprometendo-se a praticar os exercícios recomendados por seu
Terapeuta Hari, além de seguir estudando a própria filosofia, que é a T.H.
MOFICUSHINTH: O sr. considera que
existam certas dificuldades de aceitação desses ensinamentos da T.H. ou em
praticar a “terapia”?
JHD: Sim! Como tudo o que é novo
e que rompe com o tradicional (principalmente, no tocante ao tradicionalmente
religioso), a filosofia e as práticas da T.H. encontrarão em certas pessoas
resistência em aceitar, digamos, “novas verdades”. Muito do que é pregado pelas
religiões institucionais é negado, ou mesmo combatido pela T.H.; na verdade,
consideramos a Religião em si um “mal já desnecessário”. O homem dito
“primitivo” tinha necessidade de religião (isto é, práticas ritualísticas que
fossem conduzidas e orientadas por alguém entre eles que tivesse certa
“sensibilidade” ou dons), e foi essa necessidade que fez surgir o sacerdote, o
curandeiro, o feiticeiro, o padre ou pastor. No entanto, a evolução do
conhecimento humano, a própria trajetória da existência humana não deixa
dúvidas de que nossa necessidade é de “espiritualidade” e não de “vínculo
religioso a uma instituição ou fé”. Há naturalmente no homem uma necessidade de
“religiosidade”, mas isso não faz dele um “aleijado” ou “cego” que precise de “uma
muleta” ou de “um guia”, para que viva digna e plenamente no mundo. Hoje,
qualquer tipo de sacerdote (isto é, o zelador da religião e seu beneficiário) é
completamente desnecessário, pois, se ainda não estamos, deveríamos estar aptos
a “caminhar com as próprias pernas”. Já não somos mais “crianças” – os homens
precisam assumir sua maioridade. Com essas últimas palavras, citamos
indiretamente dois grandes filósofos: Auguste Comte, o pai do Positivismo, e
Immanuel Kant que, como digo em meu artigo, foi um divisor de águas na
Filosofia.
MOFICUSHINTH: Aproveitando essa
“deixa” sobre os filósofos, fale-nos sobre como a sua filosofia se relaciona
com a Filosofia dos grandes filósofos do Ocidente e do Oriente (os chamados
sábios).
JHD: É muito simples! Todos os
grandes filósofos ou sábios procuraram entender os grandes problemas
existenciais e o próprio Universo em torno do homem. Tudo o que eles
“descobriram” certamente é de grande utilidade para qualquer ser humano. E digo
mais: deve ser não apenas compreendido e aceito, como também praticado. A
função precípua da Filosofia, assim como de qualquer conhecimento comprovado, é
instrumentalizar o ser humano em sua jornada existencial, de modo que ele viva
com a maior plenitude possível a sua encarnação ou existência. A T.H. é o
exemplo máximo da efetivação dessa “função da Filosofia”, por isso sua prática
deve ser cotidiana, constante e definitiva. O que descobriram e ensinaram
Platão e Nietzsche, Lao-Tsé e Confúcio, podem ser (e são) úteis na resolução ou
compreensão de muitos casos encontrados nos “dramas existenciais” (as lilas).
MOFICUSHINTH: O que são os
“Avatares” e qual seu real papel dentro do curso da História humana?
JHD: Bem, primeiramente, gostaria
de esclarecer que a veneração dos Avatares, por parte da turba ignorante, e o
oportunismo dos guardiões das religiões institucionais levaram a uma noção
errôneo do que é o Avatar e de sua real função na Existência. Foi ensinado que
o Avatar seria “a encarnação de Deus ou de um deus”. Ou seja: Deus, ou um dos
supostos deuses, eventualmente desceria ao mundo para uma “interferência” nos
caminhos da Humanidade. Isto, para nós, é o maior dos absurdos. Um verdadeiro
disparate que incansavelmente vamos rechaçar e combater. Para nós, o Avatar
representa “o coroamento” do Jiva, ou seja, a aquisição de um “veículo
existencial quase perfeito”, capaz de permitir a plena expressão dessa
“realização”. Na posição de Avatar, o Jiva passa a ser chamado de Jivatman (Jiva
reidentificado com o Atman), uma vez que livrou-se do “condicionamento
existencial” e retomou sua “Posição Original”. Nessa nova situação, o Jiva já
não está sujeito ao Karma, o que significa dizer que não possui créditos ou
débitos existenciais a receber ou a pagar, respectivamente. A partir daí, o
Jivatman vive segundo o Dharma (A Lei dos Deveres Supremos) e pode
voluntariamente escolher como agir na Existência: se quer favorecer a
Humanidade com “atos não-condicionados” (chamados de “milagres”), ou se quer
aliviar o karma negativo coletivo da Humanidade, como fez Jesus, por exemplo.
MOFICUSHINTH: Para encerrarmos
esta 1ª seção do nosso “bate-papo”, gostaríamos que o sr. resumisse em poucas
palavras o que realmente é a Terapia Hari.
JHD: A T.H. é a cura integral e
definitiva da doença existencial do homem – o condicionamento existencial. Por
isso, não hesito em dizer que a T.H é “a maior revolução humana”, sem
precedentes na História, porque sua prática conduz o Jiva à reidenticação com o
Atman, recolocando-o em sua “Posição Original”.
MOFICUSHINTH: Este “bate-papo”
com o Prof. Jaya Hari Das continua na próxima seção, até lá!
NOTA DO MOFICUSHINTH: Para saber mais sobre este Movimento, a T.H. e receber esclarecimentos sobre termos, como Jiva, Atman e Lila, escreva para moficushinth@yahoo.com.br, coloque como "assunto" "SABER DA TH", para evitar que sua mensagem seja excluída como "spam". Obrigado!
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