DESAFIOS DE UM REVOLUCIONÁRIO SOLITÁRIO
Quando falei pela primeira a um amigo sobre a ideia que me ocorrera de desenvolver exercícios práticos, a partir das técnicas do Yoga, e um sistema filosófico que agregasse a Sabedoria do Oriente e a Filosofia dos grandes pensadores do Ocidente, ele desconversou e desculpou-se, dizendo que precisava ir andando, mas antes deixou uma advertência: “As pessoas estão interessadas em ganhar dinheiro e se dar bem na vida. Esse seu negócio que você está pensando em fazer vai dar isso a elas? Se não for o que elas querem, você vai perder seu tempo – então, é melhor esquecer!”. Fiquei meio desapontado, mas não joguei fora a ideia, não.
Sempre fui um leitor contumaz e, naquela época, próximo à virada do século, tinha lido, em algum lugar, sobre “a maior revolução humana”. Acho que foi lendo algo sobre o budismo. Lá dizia que “a maior revolução não é aquela que move massas humanas para um objetivo - na revolução das massas, cada indivíduo depende dos demais para ter sucesso, enquanto a verdadeira revolução humana é individual e só depende do próprio ser humano”. Aquelas palavras, sem que o soubesse, causaram forte impressão dentro em mim, em meu mais profundo âmago. Elas ficaram gravadas em algum lugar insuspeito. Parece que aquietaram-se por dias no fundo da minha mente e do meu coração e depois, como que despertadas por um vulcão, explodiram dentro de minha cabeça. Comecei a ter necessidade de falar sobre ‘aquilo’ com as pessoas, mas elas pareciam totalmente desinteressadas. Eu era motivo de ‘fim de papo’ – todos, de alguma forma, davam desculpas e iam embora, quando eu puxava o assunto.
Felizmente, sempre fui dado à introspecção e ao isolamento e, ficando sozinho, comecei a escrever o que me vinha à cabeça, a fim de organizar as ideias àquele respeito. Assim, passava horas pensando e escrevendo sem parar, como se alguém ditasse para mim o que e como eu devia falar ‘daquilo’ para as pessoas. Quando algumas folhas de papel já estavam preenchidas, comecei a perceber que ali havia uma linha de pensamento bem elaborada. Meus conhecimentos, minhas leituras e experiências tinham aflorado inexplicavelmente e se derramavam sobre as folhas de papel.
Quando tive nova oportunidade de tratar ‘daquilo’ com os amigos, fui surpreendido pelo convite de um deles, que me disse: “Por que você não passa lá em casa amanhã, para conversarmos sobre ‘isso’? Parece interessante e você está decidido mesmo, não é?”. Ao que, prontamente, respondi: “Sim! Que tal à tarde?”, e recebi de volta um amistoso “Combinado!”. Chegando em casa, excitado com o encontro da próxima tarde, procurei elencar os pontos principais de minha ‘teoria’, para melhor ser compreendido pelo amigo. Afinal de contas, ele era um colega da faculdade – um ‘filósofo’, como costumávamos nos chamar -, e não seria bom falar bobagens a um ‘filósofo’.
Na tarde seguinte, fui bem recebido pelo colega e logo passamos a falar ‘daquilo’, sem delongas (quer dizer, eu comecei a falar, sem parar). Ele me ouviu atentamente por algum tempo, interrompendo-me, vez por outra, com indagações ou com ressalvas (o que eu considerei muito bom, é claro). No final daquela tarde, ambos tínhamos alguma outra coisa a fazer, então era hora de nos despedirmos. Porém, antes de ir embora, ainda de pé à porta, disse-lhe, entusiasmado: “Pretendo, em breve dar palestras sobre ‘isso’. O que você acha?”. Qual não foi minha surpresa quando ouvi sua resposta. Em tom grave, ele disse: “Você vai ser massacrado!”. Cheguei empolgado e sai decepcionado. Pensei em nunca mais falar de novo sobre ‘aquilo’ com alguém. Ele achou que eu não estava bem preparado para ‘aquilo’ e que as pessoas zombariam de mim. Eu me achava capa e não me deixei abater.
A pouco e pouco, em silêncio, fui sistematizando o que hoje apresento a todos como Terapia Hari (T.H.*) – “a maior revolução do homem, individual e definitiva”. Sei que nem todos a compreenderão; nem todos a aplicarão em suas vidas. Mas, como costumo dizer: “A T.H.* é uma ferramenta como outra qualquer – quando você precisar usar, em algum momento de sua vida, ela vai estar lá, prontinha para você. Contento-me em saber que fui até o fim. Estou convencido de que ‘ela’ pode ser muito útil a todos quanto dela fizerem uso. Hoje, não tenho dúvidas de que outras pessoas também se convencerão de que é possível fazer uma revolução sozinho.
- A T.H* é uma ferramenta em meio a tantas que a capacidade humana já produziu. Assim como já foi dito “Dêem-me uma alavanca e eu moverei o mundo”, também direi eu: “Conheçam a T.H* e sejam capazes de uma grande revolução humana e individual!”. Pense nisso !!!
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